quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Protagonista de "A Rede Social", Jesse Eisenberg fala ao iG



Se você ainda não conhece o rosto dele, não deve demorar muito mais. Não, ele não é Michael Cera, de "Juno" e "Scott Pilgrim", apesar de certa semelhança. Jesse Eisenberg entrou no radar de Hollywood com os elogiados "A Lula e Baleia" (2005), "Adventureland - Férias Frustradas de Verão" (2009), "Zumbilândia" (2009) – todos sucesso de crítica –, e agora chega às telas com "A Rede Social", de David Fincher, que coloca definitivamente seu nome no mapa.


Eisenberg interpreta Mark Zuckerberg, prodígio da computação que fundou o Facebook e hoje, aos 26 anos, é o bilionário mais jovem do mundo. Desde já forte candidato ao Oscar 2011, o filme sobre a criação do site tem sessões de pré-estreia nesta sexta e sábado e entra em cartaz na próxima semana no Brasil.
Situada no competitivo universo de Harvard – melhor e mais antiga universidade dos Estados Unidos –, a gênese do Facebook, em 2004, é uma trama de intriga, disputa e traição. Zuckerberg foi acusado de roubar a ideia dos gêmeos remadores Cameron e Tyler Winklevoss, com quem trabalhou por um breve período. Depois, ainda, foi processado por seu melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do Facebook e que viu sua participação na empresa diminuir radicalmente. Antissocial, maneirista e, há quem diga, até com um leve autismo, Zuckerberg é um desafio de ser interpretado, tarefa que Eisenberg desempenha com louvor.



Em entrevista por telefone ao iG, o ator, aos 27 anos, explica que fez o teste para o papel antes mesmo de ver uma foto de Mark. “Quando li o roteiro do Aaron Sorkin [da premiada série “The West Wing”], soube tudo o que precisava sobre o personagem. Sorkin é um dos maiores escritores de todos os tempos e acho que esse é seu melhor trabalho. O roteiro é tão incrível que se fosse um personagem ficcional, eu teria tudo para ir em frente.”



Como Zuckerberg não é fruto da ficção, Eisenberg pesquisou muito. Decisão, segundo ele, sua. Com ajuda da equipe de produção, foi atrás de tudo o que podia – fotos, e-mails, textos de blog, vídeos e leu o livro “Bilionários por Acidente”, de Ben Mezrich, que inspirou o roteiro. Só não encontrou o presidente do Facebook, que desde o início foi contra o livro
e o filme. Disso tudo, Eisenberg mimetizou o personagem e, garante, consegue até compreendê-lo. Ou pelo menos tenta.



“Sinto que consigo compreender. Não sei. Na verdade, não conheço a pessoa real, mas tenho grande compreensão do personagem. Um cara que muitas vezes não se sente confortável em situações sociais, embora seja muito criativo. Então, ao invés de se sentir mal por não se dar bem com outras pessoas, ele cria coisas incríveis. Uma delas foi o Facebook. Quando estava no colégio, a Microsoft tentou comprar um dos programas dele por 1 milhão de dólares. É alguém que está constantemente criando, o que é uma inspiração para mim.”
O ator concorda que Zuckerberg tem uma moral questionável – é acusado de plágio e deslealdade –, mas procura ver a questão por outro ângulo. “Ele encara o Facebook como um filho, e quando alguém tenta ferir seu filho, ele sente que está sendo ferido também. Acho que dessa forma ele é muito ético, está protegendo sua cria – no caso, um site.”



Eisenberg nega também que pessoas como Zuckerberg, Bill Gates e Steve Jobs, papas da tecnologia, possam ser en

caradas como popstars modernos. “São coisas diferentes. Eles não são figuras realmente públicas, os tabloides não ficam no pé deles para ver o que estão fazendo. São homens de negócios, muito criativos.”


A relação com o diretor David Fincher (“O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Clube da Luta”, “Seven”) é de admiração. “Em todos os filmes dele, você tem a sensação de que está entrando em um novo mundo. E [“A Rede Social”] é contado de uma maneira tão sofisticada, permite à plateia decidir onde está a verdade. A maioria dos filmes diz o que você deve pensar, o que está certo e errado. Já esse permite que você pense e decida.”



Nem mesmo a fama de que o cineasta repete cenas à exaustão – a sequência de abertura de “A Rede Social” teria sido feita, dizem, 99 vezes – diminui a impressão de que Fincher é “maravilhoso”. “Ele faz vários takes sim, o que para um ator é ótimo, dá mais oportunidades de fazer a coisa certa. Em grande parte dos sets, você tem apenas um par de vezes para acertar, enquanto num filme dele você tem uma dúzia.”



Apesar de breve, o currículo de Jesse Eisenberg tem mais acertos do que erros, diferentemente do que ocorre com a maioria dos jovens atores. Talvez por ele mesmo almejar uma carreira como roteirista – já escreveu diversas peças e musicais para o circuito teatral nova-iorquino –, tenha um faro apurado para projetos bem-sucedidos. “Foram todos escolhidos por mim. Recebo várias propostas, mas não é difícil: quando algo é bom, imediatamente você fica contente, interessado. Como você deve saber, a maioria dos filmes por aí é ruim.”



Entre seus projetos futuros está a animação “Rio”, em que dubla o personagem principal, Blu, uma arara-azul nos EUA perto de ser extinta, que descobre na América do Sul uma fêmea da mesma espécie. O pássaro, então, encara uma jornada até o Rio de Janeiro. O filme é dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, o mesmo da série “A Era do Gelo”, sucesso de bilheteria.



Eisenberg foi até a fronteira da Venezuela há alguns anos, mas nunca esteve no Brasil. Isso deve mudar em abril, quando ele desembarca por aqui para promover o lançamento da animação. “Vai ser ótimo”, adianta. “Acho que as pessoas no Brasil vão adorar o filme. Mostra o país de uma maneira bonita, as praias, imagens da cidade, lindas. Só vi algumas cenas até agora, e são espantosas.”



Fonte: Ig

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